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Ningu​é​m Trope​ç​a em Montanhas

by Por Assim Dizer

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1.
Ninguém tropeça em montanhas, a manha está nos pormenores. O fumo arranha, senhores, mas evita bens menores. Ninguém tropeça em montanhas, os grandes problemas serão só morfemas pequeninos enquanto o corpo é traído no engodo da profissão. Ao início, não sabemos que é o início, não sabemos que as coisas começam, e então as coisas começam. Ninguém tropeça em montanhas, não dá p’ra endireitar a sombra de um pau torto Mas dá p’ra ir nau cega que chega a bom porto Ninguém tropeça em montanhas, É o calhau pequeno que te faz vacilar: Conta todas as pedrinhas no teu caminho E nem vais dar pela montanha a passar. Ao início, não sabemos que é o início, Não sabemos que as coisas começam, E então as coisas começam.
2.
Quanto à maneira que nos carregamos como fardos, uma graça corporal, uma salva de símbolos. Quanto ao nosso murmurar todo desajeitado, obviamente rosas, claramente rosas. Sinistra sinfonia de rosas. Traço um híspido mal: claramente rosas; claramente rosas. Engolem-nos as horas recapitulamos, exasperamos, sob um dossel de prazos, reflectimos desorganizados. Quanto ao nosso respirar tosco e desajeitado, obviamente rosas, claramente rosas. Sinistra sinfonia de rosas. Traço um híspido mal: claramente rosas; claramente rosas.
3.
Seja-se fresco, inesperado. Seja-se irredutível ao chegar-se à semântica das coisas, porque-está-a-perceber, queremos flutuar p’ra sempre nos antagonismos frágeis que são o perfume da existência. Seja-se novo, deixe-se compreender. Deixa cortina correr o poscénio, sê um génio do saber perder, porque-está-a-perceber, queremos flutuar p’ra sempre nos antagonismos frágeis que são o perfume da existência.
4.
Estou de volta p’ra sentir o universo dos tontos que se dedicam a unir os pontos, até à figura. Nem tudo é superação. Quando éramos putos, de espíritos resolutos não sabíamos duvidar e agora estou de volta p’ra sentir o universo dos tontos que se dedicam a unir os pontos, até à figura. Nem tudo é superação. O lobisomem de Rio Tinto vem com um frio distinto que não é deste mundo, segundo os locais mais antigos, é dois bichos e um vulto, são caprichos do oculto que o Barão Lobo paga. Feito cavalo branco de Gondomar nasce na praia, galgando o mar, corre sete freguesias numa noite de este para oeste. Vai na volta mais um dia que te cativa, que encaixa na narrativa a unir os pontos, até à figura. Nem tudo é superação.
5.
Deixa-me cheirar o teu coração, sabes que faço questão de sentir o aroma dessa goma inocente que foi obrigada a sentir por poetas como se nada fosse só por ser, daí o coração sofrer como se o mundo tivesse mistério. Não há nada que possas fazer. Não me leves a sério mesmo que eu insista em dar uma de sábio, na volta esqueceu-me que o mundo não tem mistério, como se o mundo tivesse mistério. Não há nada que possas fazer.
6.
Desculpa perfeição, não te reconheci com o fardo do mundo nos teus olhos. Sabendo nós que os afectos são pequenos fetos de emoção, Tanta vitória numa só, ser sem espaço, sair da ubiquidade para o momento. Preferes a abnegação mas não sei se o céu é p’ra ti. Sabes que adorarão as tuas raízes. Tanta vitória numa só, ser sem espaço, sair da ubiquidade para o momento.

about

Música de André Nunes
Produzido por André Nunes, salvo a "Lobisomem de Rio Tinto", produzida pelo André Cardoso nos Mindset Studios
Artwork da Eugenia Lollini
Por Assim Dizer, 2018

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released December 5, 2018

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